Façamos o mais difícil, fazê-lo!
…”O que é um homem, se o maior bem e proveito de seu tempo for apenas dormir e comer? Uma besta, não mais. Certamente, aquele que nos fez com tão grande discurso, olhando para frente e para trás, não nos deu aquela capacidade e razão como que divina para mofar em nós sem ser usada! Agora, quer seja o bestial oblívio, ou algum pusilânime escrúpulo de pensar precisamente demais na questão, um pensamento que, dividido em quatro, tem apenas uma parte sabedoria e mesmo três partes covardia, não sei por que ainda vivo para dizer “Isto deve ser feito”, uma vez que tenho causa e vontade e força e meios para fazê-lo.” - Hamlet (IV /4)
Na verdade, muito trabalho aqui realizado não teve provavelmente o merecimento nem o reconhecimento merecido. Mas que importância poderá ter isso, se o objectivo do nosso trabalho é a partilha? Porque descobrimos nos outros as singularidades e as multiplicidades da nossa existência, enquanto seres sociais.
Tudo o que nos é estranho é o que nos enriquece.
Partimos desta premissa para vos propor a descoberta de programas que, uma vez mais, contemplam o reencontro entre as artes e os seus públicos. Vamos reeleger programas que mereceram, no último ano, esforço e vontades partilhadas, como o programa de Jazz, que agora é apresentado em formato de festival internacional e que irá seguramente proporcionar a fruição de verdadeiras obras primas musicais e de músicos de Jazz portugueses de excepção.
Voltamos a apresentar projectos resultantes das residências artísticas que acolhemos e que nos proporcionam novos trabalhos em estreia nacional. São os casos da Vortice Dance Company com o espectáculo “Your Majesties” e dos Compositores Dimitris Andrikopoulos e Ângela da Ponte, que durante este ano aqui apresentarão vários projectos de composição, de produção musical singulares, desta feita a apresentação recairá no mito “Eurídice após Orfeu.
Saliente-se que enquadramos vários outros projectos que merecem referência, como os espectáculos do Teatro da Rainha e dos Artistas Unidos, além da apresentação do projecto Respública da S.A. Marionetas, que comemorará este ano a implantação da república com o público mais jovem (escolas) das Caldas da Rainha.
O Avô Cantigas virá apresentar aos mais novos 30 anos de renovada energia musical e de muita alegria contagiante. Outros também aqui virão porque merecem o aplauso e o apoio inequívoco.
No âmbito das propostas oriundas das Bandas Filarmónicas, teremos a Banda de Comércio e Industria de Caldas da Rainha, com um programa conduzido por vários maestros convidados. Realce também para o “Chef” Eduardo Madeira, que nos servirá mais uma noite seguramente divertida e para a Companhia de Dança Contemporânea de Évora, que nos traz uma das histórias de amor mais conhecida do mundo, a obra prima “Romeu e Julieta”, num espectáculo a não perder.
Do panorama nacional não quisemos deixar de propor ao público das Caldas e da região, nomes que são reconhecidos nacional e internacionalmente como Stacey Kent e Mazgani, que voltam pela segunda vez ao CCC e a cantora Mafalda Veiga.
Apresentamos também duas propostas de exposições que possuem narrativas muitos diferentes. Uma em parceria com a editora “abysmo”, que nos oferece a possibilidade de vislumbrar um conjunto de ilustrações originais (de 40 ilustradores) que consagram os 40 anos de músicas do incontornável musico e homem de cultura, Sérgio Godinho. Outra, em parceria com a escola Técnica Empresarial do Oeste, apresentanos trabalhos do Curso Profissional de Técnico de Fotografia, intitulada “modos de ver”, que são a prova de um centro de excelência formativo que cidade de Caldas da Rainha possui.
Para os cinéfilos e não só, as fitas vão continuar quinzenalmente às quartas feiras com duas sessões, 18h30 e 21h30.
Bem vindos ao CCC
Carlos A.Ribeiro Mota
Diretor Geral/programador