Por entre as costuras da música existe um espaço elástico por vezes despercebido, mas que é comovedor e repleto de significado. Em certos momentos, a canção desloca-se mais além do seu lugar natural e ascende a uma outra sonoridade, a uma outra cor, a um horizonte mais amplo. Floresce da sua crisálida e renasce como algo novo, melhor, ainda indefinido. “Metaphor Days”, o álbum de estreia de TERYL KAIZ (Teresa Castro e Emil Saiz), habita nesta dimensão da canção. Bonito mas lancinante, complexo e atávico. É de sangue e gelo, ângulo e bolha. Explora muitos caminhos simultaneamente. Algo semelhante a um emaranhado quântico. O que acontece num sítio reverbera num outro distinto, generando uma rede de existência que desabrocha sobre si mesma. Uma experiência sónica circular que se metamorfoseia a cada escuta.