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7 Dez. 1

"500 anos depois do Inferno de Gil Vicente", Exposição de Marionetas de José Carlos Barros

 




"500 anos depois do Inferno de Gil Vicente", Exposição de Marionetas de José Carlos Barros

Comemorando os 500 anos da exibição do Auto da Moralidade da Embarcação do Inferno, de Gil Vicente, mostramos as marionetas que apresentaram com enorme êxito o texto Vicentino no Teatro Nacional D. Maria II, em 1986.

As gárgulas do transepto da Igreja de Santa Maria, nos Jerónimos, o Livro de Horas de D. Manuel e as mentalidades da época, foram o mote para a criação das marionetas, recordadas agora em palestra e com o auxílio de projecção do vídeo do espectáculo.

 

Entrada Livre
Aberto a Escolas


 

AUTO DA BARCA DO INFERNO de GIL VICENTE

Autor – Gil Vicente
Marionetas e Cenário – Carlos Barros
Música – Paulo Brandão
Iluminação – Luís de Almeida
Direcção – Carlos Cabral
 
De que servirá lembrar que na moralidade das Barcas se repete o tema medieval das Danças da Morte? Entre estas e aquelas há um abismo de realização cénica, e de poder de dramatização. O pensamento da Morte é, sem dúvida, o mais presente aos espíritos medievais, e não admira, portanto, que ele ocupe tão importante lugar na obra de Gil Vicente.
O seu pensamento dramático projecta vivos clarões sobre o futuro, alcança distâncias imensuráveis, e, ao mesmo tempo, sem deixar de ser da sua época, cristaliza a experiência do passado. Tentou-se enquadrar a obra de Gil Vicente nos géneros medievais, e verificou-se que ele, sem os negar, quebra todos os moldes. Sob este aspecto, procede com a liberdade e a indisciplina, talvez inconsciente, de um romântico.
Lírico e dramático, realista e alegórico, humano e transcendente, arcaico e precursor, ele documenta bem, na indeterminação do seu génio, a independência e a originalidade da sua arte.

Gil Vicente, nasceu talvez em 1465. Comediólogo e lírico, o período da sua actividade teatral decorre entre 1502 e 1536, durante o qual colabora nas festas da Corte. Foi no Natal de 1516-1517 que se representou a chamada "Barca do Inferno" ou "Auto da Moralidade da Embarcação do Inferno".
Após intensa actividade dramática e controversa profissão de ourives, Gil Vicente morre, provavelmente, em 1536.