
Exposição: NÃO NAVEGA. CAVALGA
15.11.2025
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Entrada livre.
15 DE NOVEMBRO A 28 DE DEZEMBRO
Foi a cavalgar, mas também a caminhar, que José ‘Tanganho’ Bernardo se tornou, em 1925, num improvável herói popular. O facto de um paisano, juntamente com o seu cavalo – o Favorito – ter vencido os bem treinados oficiais da gloriosa cavalaria portuguesa fez com que tal gesto fosse visto, à época, como uma vitória dos que querem ‘ser humanos’ sobre aqueles ‘que querem ser feras’.
É a cavalgar, mas também a caminhar, que Pedro Bernardo tem desenvolvido o seu percurso dentro do território das artes visuais em Portugal. E é esse facto que nos traz aqui, passados 100 anos, ao mapeamento da memória e á avaliação do percurso.
NÃO NAVEGA. CAVALGA.
É uma exposição coletiva de artes visuais, idealizada por Pedro Bernardo para a galeria do CCC, nas Caldas da Rainha. Esta intervenção, que tem como primeiro motivo celebrar o feito histórico de ‘Tanganho’, pretende também evocar o trabalho de preservação da memória levado a cabo por Joaquim Alves, com a criação de um museu com o seu nome, e por Mário Lino, com o livro José Tanganho na Volta a Portugal (2005).
Foram estes trabalhos de documentação da história que permitiram, hoje, mapear o homem no seu tempo - ponto de partida para a construção de uma visão contemporânea sobre a história.
Por último, importa, com esta exposição, criar um espaço onde, para lá dos ecos que chegam da epopeia empreendida por ‘Tanganho’, sejam reveladas visões e reflexões contemporâneas sobre questões importantes nos dias de hoje: que papel representa o herói no mundo actual? Como preservar a memória coletiva para além da cloud? Ou de que forma as artes poderão sabotar o domínio que o algoritmo exerce sobre o nosso quotidiano?
Esta proposta de exposição transporta consigo a prática desenvolvida por Pedro Bernardo, bisneto de José Bernardo, ao longo dos últimos anos, com a criação do universo artístico em torno da Fundação e Casa Bernardo. Estes projetos têm-lhe permitido desenvolver um trabalho singular com a sua plataforma de documentação, presente enquanto polo orientador desta mesma expedição pela memória.
João Belga
Caldas da Rainha, 2025
