Aprender a dançar Tango no CCC
02.02.2009
"Vamos Levar o Tango às Caldas" foi uma primeira iniciativa do CCC na formação de dança, no âmbito de um programa que se pretende diversificado.
A bailarina e coreógrafa argentina Graciana Romeo, acompanhada do professor Rui Barroso, deu duas aulas bastante intensivas. “O grupo era muito heterogéneo e super divertido“, revelou a professora que ficou surpreendida por tanta adesão.
Lies Vermoesen, uma cidadã belga radicada em Salir do Porto, achou muito interessante a ideia de fazer este tipo de aulas no CCC.
Embora frequente aulas de Salsa, esta foi a primeira vez que experimentou dançar Tango. “É difícil, até porque tínhamos pouco tempo”, disse, adiantando que gostou muito de poder ter aulas com uma professora e um professor. “Há o lado feminino e o lado masculino”.
No entanto, lamentou que tenha havido menos homens do que mulheres. “É triste. Parece que os homens desta região acham que a dança é para maricas, mas não é. Pelo contrário, aqui era uma boa oportunidade para conhecer mais mulheres”, comentou.
Segundo Graciana Romeo, isso em Lisboa não acontece. Até pelo contrário, na última iniciativa onde esteve havia mais membros do sexo masculino do que mulheres.
O homem mais novo presente era André Nobre, de 17 anos, oriundo de Tornada. Apaixonado pelas danças latinas, foi convidado por uma amiga para participar nesta iniciativa e não hesitou em aceitar.
Na sua opinião, os homens são mais envergonhados e acham que dançar é mais para mulheres, “o que não é verdade”. Agora espera que o CCC continue com eventos deste género.
Sandrine Veiga, farmacêutica que reside no Nadadouro, é também uma grande amante de dança e em breve quer inscrever-se em aulas semanais nesta área. Por isso, não quis perder esta oportunidade proporcionada pelo CCC.
Embora tenha gostado imenso, lamentou que não pudesse ter tido um par masculino. “Os homens que havia vinham acompanhados. Dos rapazes que conheço nenhum quer dançar”, referiu.
A artista plástica Edith Tambouille Ribeiro ofereceu estas aulas ao seu marido, médico em Peniche, como prenda do seu 60º aniversário. “Foi uma prenda provocativa”, explicou.
Sem nenhuma experiência nesta dança, achou que para o final as lições tornaram-se mais complexas.
No entanto, os professores tiveram sempre o cuidado de dizer que quando um fazia o que achava que conseguia. “Sim, foi um bocado puxado, porque fornecemos muita informação. Mas assim as pessoas vêm logo se gostam ou não de dançar Tango”, concluiu Graciana Romeo.
No final, os dois bailarinos proporcionaram ainda aos formandos um pequeno espectáculo ao som de um tema clássico de milonga.
A direcção do CCC pretende continuar com este género de actividades, desde que continuem a existir interessados. O Tango é, aliás, uma presença constante na programação deste Centro Cultural.
“Pretendemos manter um caminho que se constrói entre a fruição de um género musical e a prática lúdica da sua relação mais ‘Milonga’ que é a dança”, explicou Carlos Mota, director do CCC.