Caldenses com participação recorde no espectáculo “Vale” de Madalena Victorino
24.01.2010
O espectáculo surge de um convite que a Artemrede fez à coreógrafa Madalena Victorino para criar um projecto de Arte Comunitária para o Vale do Tejo.
Este projecto foi recentemente nomeado para o Prémio Autores 2010 de Melhor Coreografia da Sociedade Portuguesa de Autores.
Em todos os locais onde o espectáculo é apresentado são convidadas 30 pessoas para subirem ao palco e serem também protagonistas desta aventura.
Nas Caldas da Rainha o interesse foi tanto que Madalena Vitorino (que esteve presente no CCC para uma primeira reunião a 21 de Março) decidiu aceitar quase 80 pessoas.
“Fiquei surpreendida com esta adesão, foi algo inédito”, comentou, explicando que vai agora reflectir sobre a melhor forma de incorporar mais pessoas da melhor forma.
“É um desafio, mas cada espectáculo é sempre diferente, de acordo com a realidade de cada local. Às vezes temos pessoas de 80 anos a participar, por exemplo. Nas Caldas da Rainha apareceram pessoas mais novas”, referiu.
No entanto, depois de conhecer o palco do grande auditório, acabou por considerar que perante tais dimensões seria melhor mesmo envolver mais gente.
A coreógrafa, que já trabalhou no CCB, estava estupefacta quando conheceu o grande auditório do CCC das Caldas da Rainha. “É de facto um palco magnífico”, disse.
Segundo Madalena Victorino, esta primeira reunião era um casting especial. “Eu não vim escolher ninguém, vocês é que agora devem decidir se querem trabalhar comigo ou não”, afirmou.
Para quem aceitou o desafio vão ser vários dias de uma grande entrega a um projecto especial. Na quarta-feira antes das duas apresentações a 6 e 7 de Março, Madalena Victorino irá chegar ao CCC com sete bailarinos e seis músicos para começar os ensaios.
Durante três dias os ensaios vão decorrer a um ritmo alucinante, para que tudo esteja pronto para ser apresentado de forma profissional.
“Esta será uma forma de aproximar as pessoas do teatro de uma forma diferente do habitual”, explica Madalena Victorino. Os caldenses vão poder utilizar o CCC para além dos espaços que habitualmente frequentam.
“O teatro torna-se uma casa onde as pessoas vivem uma experiência muito intensa durante aqueles dias”, adiantou.
Mas também os elementos profissionais do “Vale” acabam por ter uma maior ligação a cada terra por onde passam e aos seus habitantes.
"Vale" apresenta-se sob a forma de 4 canções coreográficas que, cheias de episódios roubados com os olhos a Alcanena, Montijo, Santarém e Sobral de Monte Agraço, se compõem numa narrativa forte e fluida de movimentos musicais e movimentos ficcionados com os corpos e a sua voz.
A música deste espectáculo é de Carlos Bica, mas tocada ao vivo por músicos da região.
"Todos nós conhecemos o fandango ou já tivemos a oportunidade de ouvir um vira ribatejano, no entanto teria sido muito pouco interessante restringir o programa musical deste espectáculo ao uso único de folclore característico da região ou adaptações do mesmo", comenta Carlos Bica.
“Vale” tem enchido todas as salas onde tem sido apresentado e nas Caldas da Rainha é esperada também uma grande adesão.