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Cocoon e Narrow Terence de França para o CCC

07.12.2008

domingo, 0:00

A aposta era em proporcionar aos jovens da região novas sonoridades, mesmo que estas não estejam nos escaparates. Foram até oferecidos convites para os alunos das escolas do concelho.

O CCC recebeu o único dos três concertos desta mini-digressão em Portugal em que as duas bandas francesas actuaram na mesma noite. No Theatro Circo de Braga apenas estiveram os Cocoon e no Centro de Artes do Espectáculo de Portalegre os Narrow Terence.

Nas Caldas o concerto começou com a folk melancólica dos Cocoon. Mark Daumail e Morgane Imbeaud são dois jovens artistas que actuam em palco com uma atitude descontraída, mas que revelaram uma música muito agradável.

A voz de Mark Daumail e Morgane Imbeaud foi uma excelente surpresa e houve quem comentasse que ouvi-lo de olhos fechados seria o mesmo que ouvir Ben Harper.
Cocoon tem também muitas parecenças com a dupla Markéta Irglová e Glen Hansard cujo o tema “Falling Slowly” do filme irlandês “Once” (do qual são protagonistas) ganhou o Óscar de Melhor Canção Original de 2007.

Para além dos temas originais, a banda gosta de fazer versões de músicas de outros cantores como Amy Winehouse, Beyonce e Pussy Cat Dolls. Fazem também um cover dos Tokio Hotel, mas mais pela diversão. “Gostamos de cantar esses temas nus, porque no final são boas músicas”, comentou o cantor.

Esta foi a primeira vez que os Cocoon vieram a Portugal e gostaram muito de voltarem a fazer concertos a dois, porque em França começaram a ter muito sucesso, actuando em espaços maiores, e convidaram dois músicos para se juntarem aos seus espectáculos.

Como ninguém nos conhece aqui, achámos melhor começar como começámos em França”, explicou Mark Daumail. No final estavam muito contentes porque o público ficou até ao final e esteve sempre muito atento. “Foi mesmo como se estivéssemos a fazer os primeiros concertos da nossa carreira, mas agora temos mais experiência”.
Depois do intervalo, os Narrow Terence arrebataram a assistência com um som poderoso, povoado de referências muito díspares, do folk ao metal.

A voz rouca do vocalista Antoine Puaux, a fazer lembrar Tom Waits, e o violino conjugado com guitarras eléctricas, baixo e bateria, resultam em temas muito originais e fortes.
Durante o tempo que estão em palco os vários elementos da banda vão trocando de instrumentos e é habitual o vocalista sentar-se na bateria.

O guitarrista Nicolas Puaux gostou muito do CCC e revelou que a banda prefere actuar em espaços destes, onde a sua música cria uma melhor atmosfera. “Temos momentos mais calmos e de repetente a música torna-se muito forte”.

Da parte do público também tiveram uma boa resposta. Nicolas Puaux acha normal que a sala não tenha estado cheia porque ainda são desconhecidos em Portugal. “Foi uma boa oportunidade para nós virmos tocar em Portugal. Esperamos que quem assistiu tenha gostado”, disse.

Esta iniciativa da Smog - produções culturais, do CCC das Caldas da Rainha, do Theatro Circo de Braga e do Centro de Artes do Espectáculo de Portalegre pretendeu estabelecer uma ponte com novas sonoridades de França, que são já uma referência internacional na música independente.