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«Dazkarieh»

24.10.2009

sábado, 0:00

Pouco tempos depois da sua formação, os Dazkarieh  tornaram-se num dos mais activos e originais projectos da música portuguesa, ao aliarem instrumentos de várias proveniências (gaita de foles galega, acordeão, flauta transversal, tin whistles irlandeses, percussão africana, percussão árabe, baixo e guitarra) e vocalizações numa língua imaginária, criada pelo próprio grupo, com o objectivo de tratarem a voz como um instrumento autónomo e equiparável aos outros.

Depois de 10 anos de grupo, várias formações e muitos concertos em Portugal e no estrangeiro, lançaram em 2009 um novo disco, o quarto álbum editado pelo grupo.

“Hemisférios” surge como uma súmula do caminho percorrido nos últimos quatroanos por um grupo incomparável no meio musical português e um dos mais internacionais de sempre.

Actualmente encontram-se focados em fundir os diversos universos musicais que exploraram ao longo da sua carreira com a música tradicional portuguesa, introduzindo assim alguns temas dessa tradição no seu repertório de composições.

São um dos mais activos e originais projectos da música portuguesa, com quatro discos editados e uma carreira internacional invejável, com concertos por Portugal, México, Alemanha, Estónia, Galiza, Polónia, República Checa, Áustria, Malásia, Cabo Verde, etc, percorrendo alguns dos mais importantes festivais destes países.

Em 2008 foram nomeados na Alemanha para um importante prémio de música Folk como a melhor banda do ano.

Se nos anos 70 o radicalismo era tocar exactamente como nas recolhas, nos anos 90 esse radicalismo já se centrava em formas diametralmente opostas ao recolhido, com orquestrações, harmonizações e instrumentações que pouco ou nada tinham que ver com essas recolhas.

Se sempre houve algum pudor e timidez em fazer diferente e arriscar, estes têm sido gradualmente abandonados, a custo, importa dizer, pelas novas gerações que trabalham o repertório de tradição oral portuguesa.

Em Dazkarieh o objectivo não é fazer diferente ou ser radical, aliás, não há qualquer objectivo para além de fazer música. Seja compondo originais, seja trabalhando uma tradição rica e diversificada como é a nossa.

Estamos perante um grupo de jovens músicos e excelentes instrumentistas que nunca tiveram a tradição como ponto de partida.

As suas influências musicais assim o revelam. Esta aproximação acabou por ser um processo natural e que se tem revelado bastante proveitoso para a música portuguesa.

Se para alguns o excesso de experimentação eléctrica é um pecado, convém reparar que o acústico nunca desaparece no som dos Dazkarieh, aliás essa é uma imagem de marca do grupo e uma das premissas básicas das suas composições.

A inclusão de novos instrumentos como a sanfona e a bateria, até agora alheios à já vasta paleta criativa utilizada, bem como a cada vez maior atracção por instrumentos costumizados e exclusivos (por exemplo, o bouzouki português - meio baixo meio guitarra portuguesa, a gaita transmontana com chave, o bandolim de 10 cordas) permitem agora uma maior e poderosa objectividade sonora, que é bem espelhada nos seus concertos.

Sítio oficial: www.dazkarieh.com