15.03.2009
O “stand-up comedy” pode não resolver nada na vida das pessoas, mas a verdade é que os momentos de descontração e de riso podem fazer muito pela sua disposição.
Muitas pessoas têm dito a Ricardo Vilão que nem sequer estavam com muita vontade para saírem, mas depois acabaram por gostar. “Mas eu sou um céptico em relação às crises, porque ouço falar disso desde que nasci, em 1979”, brincou.
Enquanto sátira social, o humor pode servir para relativizar muitas das questões que preocupam os portugueses. “É histórico que em períodos de crise o humor floresce, mas eu preferia florescer num jardim cheio de bonitas flores”.
Depois de uma temporada de um mês no Teatro da Trindade, o espectáculo nas Caldas da Rainha foi o primeiro de uma digressão nacional de Ricardo Vilão.
O “Progressive versão 2009” foi um sucesso em Lisboa e depois da passagem pelo CCC, voltará a ser apresentado em salas por todo o país a partir de Maio.
Ricardo Vilão gostou muito da reacção do público nas Caldas da Rainha, que foi muito receptivo. Durante o espectáculo o humorista costuma interagir muito com as pessoas e dessa forma acaba por adaptar cada uma das suas apresentações.
Através das suas perguntas percebeu-se, por exemplo, que metade das pessoas presentes era de fora das Caldas da Rainha. No final, o actor ainda teve tempo para ir até ao Cheap ‘n Chic Cafe e falar com parte do público, trocando algumas ideias.
Apesar do “stand-up comedy” ter alguma projecção neste país, Ricardo Vilão comentou que “em Portugal é sempre difícil fazer coisas”. No entanto, não está arrependido da sua opção em apostar nesta carreira.
“Cada vez mais as pessoas querem ir aos teatros e verem coisas novas. Por isso, é uma boa altura para se fazerem espectáculos”, considera. Só lamenta que não haja mais oportunidades para quem faz “stand-up comedy” quando existem tão bons artistas.