Ópera do século XVIII apresentada pela primeira vez em Portugal no CCC
13.07.2009
A convite do Conservatório das Caldas da Rainha, no âmbito da 11ª edição do Festival de Música que teve início no sábado, o espectáculo teve a direcção musical de António Carrilho e a encenação de Jorge Rodrigues.
António Carrilho, especialista em música do século XVII e XVIII, escolheu esta ópera que nunca tinha sido apresentada em Portugal.
Esta ópera-ballet baseia-se num episódio do romance El ingenioso hidalgo Don Quijote de la Mancha de Cervantes, no qual um Duque e uma Duquesa se divertem criando uma farsa para enganar o cavaleiro andante.
O denominado “ballet de corte” misturava canto e muita dança, como se fazia nessa altura. “Como é uma ópera muito especial e eu tinha medo que as pessoas não percebessem bem as regras que tinham os ‘ballet de cour’, decidi fazer deste espectáculo uma sessão de apanhados”, explicou o encenador.
Para simular uma sessão de apanhados, o espectáculo conta com uma apresentadora que apresenta D. Quixote numa situação de apanhados, embora mantendo a acção na sua época original.
Para Jorge Rodrigues foi importante fazer esta estreia nas Caldas da Rainha, porque defende que estas apresentações devem ser feitas por todo o país e não apenas em Lisboa ou Porto. “O país inteiro paga impostos da mesma maneira e os espectáculos não podem ser só nos grandes centros urbanos”, afirmou.
Por outro lado, o CCC oferece um conjunto de condições excelentes para este género de evento. “Eu apanhei um susto, no bom sentido, da primeira vez aqui vim. Não estava à espera que fosse um palco tão grande e tão bem equipado”, contou.
No entanto, os responsáveis esperam fazer apresentações noutros locais, até no estrangeiro, uma vez que o espectáculo é em francês. “Já existem alguns contactos, mas ainda é cedo para falar nisso”, disse.