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Projecto Pacheco apresentado no CCC em duas noites

12.08.2008

terça-feira, 0:00

A ideia de fazer um trabalho sobre Luiz Pacheco surgiu durante a disciplina “Projecto Teatral” do 2º ano do curso de Teatro da ESAD. Embora Luiz Pacheco não tenha nenhum texto dramatúrgico, acham a sua obra tão impressionante que entenderam pegar em duas suas prosas para adaptar para teatro.

Todos os alunos envolvidas leram a colecção completa dos livros do escritor, visitaram exposições sobre o autor e falaram com algumas pessoas próximas de Luiz Pacheco. “Estivemos a absorver o universo do Pacheco”, contou Thais Guimarães.

A aluna referiu como ficaram impressionados pela obra do escritor, até pela forma como ele dizia tudo o que pensava, sem se preocupar com as consequências. “Isso era mais difícil de fazer naquela época e ainda por cima vivendo só da Literatura”, comentou.

No entanto, isso acabou por fazer com que Luiz Pacheco fosse mais conhecida por algumas atitudes mais negativas. “O nosso grande objectivo foi mostrar o lado sensível do escritor, que a maioria não conhece”, disse Thais Guimarães.

A peça de teatro foi escrita a partir dos Textos “Exercícios de Conversação” e “Os Namorados”, do escritor, num trabalho de Sara Feteiro, com encenação de Thais Guimarães.

Durante cerca de uma hora três mulheres e um homem lutam para afirmar a sua opinião. O homem parece agarrar-se ao passado e acredita que é nele que vai conseguir a força que o mantém activo. As mulheres afirmam que a força está no presente e no que queremos agora, que será a partir da vontade que o resto será possível.

A peça foi interpretada por João Borges, Marta Mendes, Sara Feteiro e Thais Guimarães.

O documentário “O Libertino Passeia pelas Caldas”, realizado por Thais Guimãres, fala da passagem de Luiz Pacheco pelas Caldas da Rainha e conta com o depoimento de vários amigos do escritor. “É uma história caldense, porque ele viveu aqui e fez amigos nas Caldas”, referiu a realizadora.

Neste filme assiste-se ainda à criação de um dos quadros de Ferreira da Silva que faz parte da exposição que ficou patente no café concerto do CCC.

As duas apresentações contaram sempre com muito público, o que até surpreendeu João Borges. “Foi uma surpresa, nunca pensei que estivesse tanta gente e isso foi muito bom”, disse. Por isso, agradeceram muito a oportunidade que lhes deram em apresentar este projecto no CCC.