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“Sangre” com garra e paixão no CCC

17.03.2009

terça-feira, 0:00

Uma das mais prestigiadas companhias de dança espanhola e flamenca arrebatou o público do Centro Cultural e de Congressos das Caldas da Rainha, como tem acontecido em salas de todo o mundo.

Angel Rojas e Carlos Rodriguez, os fundadores desta companhia, já foram galardoados com o Prémio Villa de Madrid Pilar Lopez para melhores intérpretes de dança e mostraram toda a sua classe, paixão e garra neste espectáculo.

Trabalham em conjunto desde que em 1994 receberam o Prémio de Melhor Bailarino Suplente do Certame Nacional de Coreografia, em Espanha.

Com a sua particular visão do flamenco e dança espanhola, têm revolucionado esta forma de arte com uma mistura de tradição com novas ideias.

Sobem ao palco com 11 bailarinos, acompanhados por uma banda flamenca e duas cantoras que proporcionam um som tão característico de Espanha.

Mas Carlos Rodriguez prefere mesmo o público português, porque se emociona mais e se entrega de uma forma diferente, talvez por estarem mais acostumados ao que é tradicional. Nas Caldas da Rainha foram também “muito generosos”.

Afinal, o nome desta produção, “Sangre”, pretende transmitir a energia que existe no espectáculo. “Por ter raça e ser cheio de sentimentos, relacionados com as raízes de Espanha, com os cantares, as castanholas e as guitarras. ‘Sangre’ porque é o interior da nossa energia que circula pelas nossas veias”, explicou o bailarino.

No Verão vão estrear um novo espectáculo, que será completamente diferente, e que Carlos Rodriguez gostaria de apresentar no CCC das Caldas da Rainha. “É um teatro muito bonito e com boas condições para dançar”, afirmou, anunciando que a próxima proposta do Nuevo Ballet será mais arrojada.

O público saiu de sorriso aberto e coração cheio, de mais um espectáculo de qualidade internacional no CCC.

A assistir ao bailado, esteve também um grupo de 14 formandas do curso de "Assistente Familiar e de Apoio à Comunidade", o qual está a ser desenvolvido no Centro de Educação Especial de Rio Maior “O Ninho”, em parceria com a entidade formadora Gabinae.

Denise Ribeiro, do Gabinae, explicou que a ideia foi proporcionar às formandas uma experiência cultural, incentivando-as a assistirem mais a este género de propostas. “São pessoas que normalmente não vêm a este género de eventos e queremos criar o gosto, para mudar comportamentos”, referiu.

Ofélia Rocha, uma das formandas, achou o espectáculo “lindo” e vai ficar à espera de mais oportunidades para voltar ao CCC, onde veio pela primeira vez.

Por outro lado, estranhou-se a ausência de formandos, aqueles que nas Caldas da Rainha e na região se dedicam à aprendizagem da Dança. “Temos provavelmente modos de ver e sentir a formação artística em diferentes patamares, mas o que sabemos é que o confronto artístico é das maiores oportunidades que um formando pode ter para o seu crescimento, ou não será assim?”, pergunta-se.