Serpente gigante feita por crianças no CCC
01.03.2009
O resultado final foi surpreendente, mas o responsável da oficina, Miguel Horta, destacou que o mais importante foi ter sido um trabalho feito por um colectivo. “Valorizamos muito o trabalho em grupo e a cooperação. É um dos valores que trabalhamos nestas oficinas”, disse.
Mesmo em turmas que estão habituadas a conviverem diariamente, nem sempre as relações entre colegas são melhores. Por isso, nas oficinas “trabalham-se” essas relações e procura-se fazer com que todos colaborem entre si. “O que é importante numa altura em que as pessoas cada vez mais se isolam em casa”, referiu.
Nas Caldas da Rainha Miguel Horta encontrou “um bom grupo de alunos, orientado por uma boa professora”.
Outra prioridade nestas oficinas que o CCC promove é a formação de novos públicos para a Cultura. “É bom que as crianças façam o seu crescimento dentro dos teatros. Comecem por vir aos ateliers ou peças infanto-juvenis, e passado alguns anos estejam a ver peças de Beckett”, concorda o formador.
Daí a importância dos serviços educativos em espaços como o CCC. Para tal, o Centro Cultural tem apresentado diversas propostas às escolas do concelho, para além de envolver também as famílias.
Esta foi uma oficina pedagógica complementar ao espectáculo de Sherazade, apresentada em Dezembro no CCC. O objectivo era construir, a três dimensões, uma das personagens, a serpente, que será instalada na escola da Encosta do Sol.
Ficou a vontade por parte dos alunos em poderem voltar ao CCC para construírem uma baleia, que ocuparia toda a extensão das salas multiusos do edifício. Para Miguel Horta, isso só seria possível com a colaboração de todos os alunos da escola, mas também envolver crianças com deficiência e idosos. “Estes miúdos precisam de se juntar com pessoas diferentes. Não se pode viver neste mundo com o desconhecimento total do mundo em que vivem”, defende.
Para o formador, é importante que se tire o melhor proveito possível das condições que o Centro Cultural das Caldas tem. “Estas condições são raríssimas e dá para fazer coisas que não podem ser feitas noutros locais”, afirmou.