TEATRO DA RAINHA: JOJO O REINCIDENTE
29.02.2012
"Voltamos à infância para construir num acto de imaginação suportado pelas didascálias de Danan, a peça proposta são didascálias, colocar questões tão ingénuas e tão decisivas como a própria liberdade de imaginar como uma qualidade específica da imaginação, do acto de imaginar. Liberdade de imaginar como qualidade da imaginação e como desafio à autoridade, neste caso a autoridade de uma mãe que surge como o regime daquela infância, um regime que assenta o seu paradigma no portar-se bem, dentro de certas regras, as de uma criança que só pode fazer as coisas que as crianças devem ou podem fazer incluindo aquelas que correspondem a um figurino de criança que os adultos convencionais têm na cabeça. Mas Jojo é um artista e tudo transforma em jogo cénico, em escultura, em instalações, dizendo assim. O seu sentido do lúdico não é o de um entretém, é o de um artista, de um metamorfoseador e aí tudo está em causa, nada está seguro sobre as suas bases. Deste modo, as cadeiras todas empilhadas desafiando a Torre Eiffel num equilíbrio nada soldado nem metalúrgico, por assim dizer, são qualquer coisa que a mãe não pode entender e então uma bofetada é a melhor solução, parece cortar o mal pela raiz. Será assim?
FICHA ARTÍSTICA
Tradução – Isabel Lopes
Encenação e cenografia – Fernando Mora Ramos e Paulo Calatré
Música – Carlos Alberto Augusto
Figurinos – Manuela Bronze
Iluminação – Nuno Meira
Interpretação: Isabel Carvalho, Isabel Lopes, António Parra, Carlos Borges e Paulo Calatré."