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«Terrinas Sagres» do projecto «Baixelas das Descobertas» em exposição no CCC

01.04.2010

quinta-feira, 0:00

Vão estar expostas réplicas de uma terrina de molhos da Companhia das Índias do século XVIII, com pormenores únicos e assinados por Siza Vieira, Souto Moura, João Pedro Serôdio, Eleftherios Ambatzis, Julien Monfort, Manuel Casimiro, Filipe la Féria e Ferreira da Silva (uma nova aquisição desta colecção).

O objectivo deste projecto é evocar os séculos XV e XVI, quando os Portugueses partiram à descoberta de novos mundos, rumando ao encontro de incríveis e extraordinárias realidades.

A Baixela das Descobertas é o ponto de partida para diferentes interpretações e descoberta de leituras pessoais numa peça réplica do formato de uma terrina de molhos da Companhia das Índias do século XVIII.

A génese da ideia de intervir artisticamente numa peça com estas características é devida ao Comissário da exposição, Adélio Gomes, que aliando a sua sensibilidade à sua vasta experiência nestas áreas, reúne em seu redor um punhado de excelentes interventores, capazes de elevar ao mais alto nível os resultados finais propostos para este desafio.

A terrina replicada pelas oficinas de manufactura de porcelanas portuguesas Braz Gil Studio, apresenta-se com o seu formato peculiar, despida de pegas laterais ou na tampa, em diferentes cores (vermelho, preto, azul marinho, verde, branco).

É precisamente aqui que as reinterpretações destes pormenores surgem, criados por cada um dos intervenientes, passadas a prata pura - e em alguns casos com a presença de outros elementos semi preciosos - executados em oficinas prateiras e por artesãos altamente qualificados.

Coube a cada um dos convidados para este projecto, fazer a sua leitura pessoal, tornando a terrina de molhos numa peça de arte única - ou quase, dado que serão reproduzidas apenas 7 peças numeradas – e que no futuro terá continuidade com a intervenção noutros elementos constituintes de uma baixela, seguindo os mesmos princípios e até que finalmente se obtenham todas as peças, intervencionadas de forma única.

O período das Descobertas deu início à globalização do conhecimento, com esta acção também se pretende que os resultados finais de cada um dos convidados a intervir sejam do conhecimento, apreciação, espanto, do maior número possível de pessoas e dos mais variados públicos.

Simultaneamente o Hotel Infante de Sagres vai instalar neste espaço uma mesa com o tema “Com Sagração da Primavera”.

Esta instalação, comissariada por Paulo Teixeira de Carvalho e por Adélio Gomes, pretende ser um tributo a esta época carregada de emoções tão especiais e que dá início à eterna renovação da Natureza.

A estrutura da mesa foi idealizada pela manufactura de design, Boca do Lobo.

O seu formato irreverente fará a congregação no seu tampo de diferentes elementos alusivos à Páscoa, acolhe o delicado serviço Flora Lusa da Braz Gil Studio, talheres e marcadores em Christoffle antigo, provenientes do Hotel Infante de Sagres, copos de cristal da Socinova e acessórios da L’Object.

Mas também o pé da mesa retorcido e primordial ligará o tampo ao chão, coberto por importante tapete oriental da Tabor.

A focalização do espectador perder-se-á entre a miríade de pequenos pormenores votivos de Páscoa e a impressão, forte, de celebração da Primavera.

A verdadeira Sagração sob o ponto de vista religioso e natural, de uma época do ano que nos remete a memórias de renovação da vida e elevado sentido espiritual.

Pretendem os Comissários que esta instalação seja disponível e presente a todos os que apreciam a arte e a beleza e que seja uma verdadeira celebração, um convite ao sonho e à elevação espiritual através da observação do belo, do raro, do inusitado.