Vinicius Cantuária apresenta «Samba Carioca»
22.05.2010
Pela sua privilegiada relação com o público português, a digressão mundial de Vinicius, que já tem passagens garantidas por diversos países, terá início em Portugal.
Vinicius, com a sua voz e o seu violão, fará uma viagem pela carreira.
É ele que apresenta o espectáculo, "vou tocar alguma coisa do ´Samba Carioca´, mas também alguns clássicos do Tom Jobim, alguma coisa do Gilberto Gil".
Será, afinal, o reencontro com um país, uma história e uma forma de entender a música, e não apenas com um artista.
E isto acontece num momento em que Vinicius apresenta a sua visão do samba.
O novo álbum explora a variedade dessa grande música. "O samba é um país, uma imensidão, com várias tribos e raízes, tem samba do morro, samba dos brancos, chorinho, samba jazz e por ai vai", explica o músico e compositor que trabalhou no novo registo entre o Brasil e os Estados Unidos.
Recolhendo, tanto a sul como a norte, aliados importantes: as lendas vivas Marcos Valle ou João Donato, no Brasil, e os não menos importantes Bill Frisell ou Brad Mehldau, nos Estados Unidos.
"Essa mistura de músicos e sons, com minhas composições e dois clássicos - ´Vagamente´ de Roberto Menescal e Ronaldo Boscoli e ´Inútil Paisagem´ de Tom Jobim e Aloysio de Oliveira, completam o que eu gosto, o que eu penso e o que eu sinto do samba, que vai de ´Julinha de Botas´, um chorinho tradicional com uma guitarra jazzística do Bill Frisell, a ´Berlin´, um samba lento, com o piano do Brad Mehldau numa ponte perfeita entre o jazz e o samba", explica o artista.
De água na boca? Compreensível.
É mais um passo na carreira de Vinicius, que tem raízes antigas que recuam até à década de 70, quando fazia parte do grupo O Terço.
Vinicius começou por se fazer notar quando entrou para A Outra Banda da terra, grupo de suporte de Caetano Veloso durante alguns anos.
Depois de músico, veio a exploração da sua veia de compositor e "Lua e Estrela", música de Vinicius gravada por Caetano Veloso, tornou-se um enorme sucesso em todo o Brasil.
Não demorou muito para que escrevesse também para gente como Gilberto Gil, Gal Costa, Simone, Chico Buarque, Fagner, Elba Ramalho e Fabio JR, entre outros.
Com a mudança para Nova Iorque, em 1994, outros caminhos se abriram. Colaborou com Arto Lindsay e de repente descobriu-se a trabalhar com músicos como Ryuichi Sakamoto, Bill Frisell, Brad Mehldau, Nana Vasconcelos, Mark Ribot, Jenny Scheinman, Erik Friedlander, Brian Eno, Cesaria Evora, John Zorn, Melvin Gibbs, Sean Lennon, Paulo Braga e David Byrne, entre outros.
Pelo meio construiu uma aplaudida discografia feita de refinamento, bom gosto e uma subtileza desarmante que fazem da sua música uma experiência singular que tem conquistado adeptos em todo o mundo .