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CINECLUBE CCC - "SOLDADO MILHÕES" de Gonçalo Galvão Teles & Jorge Paixão da Costa - NOTA DOS REALIZADORES

03.12.2018

segunda-feira, 14:30

Pág. 2 de 2: NOTA DOS REALIZADORES

 
Soldado Milhões, um herói que não sabia que existiam heróis e particularmente, que o não desejava ser.

Uma história muitas vezes nebulosa, novamente representada, mas como um relato realista de uma circunstância possível: a de que algures durante a Primeira Guerra Mundial, um jovem português analfabeto foi forçado a cumprir um dever, não por amor à Pátria, mas por amor à vida, e à necessidade de regressar para junto dos seus e daquilo que mais amava, a terra.
 
Aníbal Augusto Milhais, agindo como homem simples fruto das circunstâncias alcança tudo aquilo porque não tinha intenções de lutar “honras militares na qualidade de herói”; experiência essa que Aníbal provavelmente nunca percebeu se o fazia feliz ou infeliz. Mas que enfrentou, como tudo, com o sentido de dever com que tratou a terra, a família, enfrentou os perigos da serra e as tropas alemãs do outro lado da trincheira. Não um homem que queria ser, mas um homem que tinha de ser.

Este filme olha, sobretudo, a total entrega de um homem que tinha tanto de humilde como de destemido, ao papel que a vida lhe reserva; neste caso o de viver como herói. E como última fatia do seu destino, precisamente o de ter que viver com esse fardo.

“Estou na guerra há um ano, mas parecem cem...”, relata o Soldado numa cena do filme. Esses 100 anos chegaram agora. É importante lembrá-los.
 
Gonçalo Galvão Teles,
Jorge Paixão da Costa
 

 

JORGE PAIXÃO DA COSTA
Nascido em Lisboa em 1954, Jorge Paixão da Costa é realizador e argumentista de cinema e televisão. Licenciado em Cinematografia na Universidade de Estocolmo, conta com mais de 30 anos de experiência. Realizador das longasmetragens “Adeus Princesa” e “O Mistério da Estrada de Sintra”, é na televisão que consolida a sua carreira, com a realização das telenovelas “Roseira Brava” (1995) e “Lusitana Paixão” (2001), entre várias outras, e algumas das séries mais vistas: “Polícias” (1996), “Não és Homem não és Nada” (1999), “A Ferreirinha” (2004) e “Nome de Código: Sintra” (2006), além de vários telefilmes. A série “República” (2010), da qual foi também co-autor, ganhou o prémio de Melhor Série Televisiva Portuguesa em 2010. Em 2015 assinou para a RTP a série documental “À Porta da História”.
 
GONÇALO GALVÃO TELES
Nascido em Lisboa em 1973, Gonçalo Galvão Teles é realizador e argumentista de cinema e televisão. Mestre em Escrita para Cinema e Televisão na University of Southern Califórnia. Em 2000, ganha o prémio Cartoon d’Or de Melhor Argumento para a curta-metragem de animação “A Suspeita”, de José Miguel Ribeiro. Em 2007, é galardoado com o Grande Prémio do Festival de Cinema Mediterrânico de Marrocos e o Prémio da Melhor Curta-metragem nos Caminhos do cinema Português, com “Antes de Amanhã”. Em 2010 escreve e realiza a curta-metragem “Senhor X”, finalista do Prémio Zon Criatividade e Prémio do Melhor Realizador e uma Menção Honrosa do Júri da Federação Internacional de Cineclubes nos Caminhos do Cinema Português. Em 2016 estreia a sua longa-metragem “Gelo”, co-realizada com Luís Galvão Teles, numa co-produção com Potenza Producciones. Venceu o Grande Prémio da edição da Primavera 2017 do Festival Internacional de Cinema de New Jersey e o Grande Prémio para Melhor Filme no Fantastic Planet Film Festival, em Sydney.

 

 
 
 
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