05.11.2016
Exposição patente de 05 a 27 de Novembro
"As obras agora expostas são sequência de uma longa deriva minha pela figuração, e de uma preocupada expressão com a captação de parcelas do natural, nas quais afinal sempre quis sentir intensidade, imersão no silêncio, atracção do olhar.
O estímulo maior tem sido a realidade que me rodeia, a presença quotidiana do campo e da natureza – repetidos avistamentos de trechos que um dia irão ao encontro das razões que encontro para as tomar, de outro modo súbitos espantos com enquadramentos, ou cores que outro dia, tomarão a minha mente.
Outras mais razões menos conscientes determinaram a vontade de concretizar obra. O momento, o país e a realidade social e política. Água, inverno, azul. Ver ”de pernas pr’ó ar”, sobrepor luz e reflexos, alterar cores. Fazer liberto das condições de contornos, lidar com formas desalicerçadas, alguma intenção de desconstruir. Não há uma só motivação.
Os títulos surgem muito de coincidências e acasos. Por exemplo, quando iniciei a série estando já em fase avançada os “Flat Surface” (ainda sem qualquer designação), um amigo ofereceu-me vários LPs. Ouvia -os enquanto pintava. Dois deles eram de música de Morton Feldman. Tomei especial atenção em “For Frank O’Hara”. No verso da capa havia considerações do autor relativas às peças presentes no disco e daquela dizia: « My primary concern (as in all my music) is to sustain a “flat surface”(…)». A partir daí a “imagem” definiu o título dos dois primeiros trabalhos."
Outubro de 2016, João Cruz Rosa
João Cruz Rosa nasceu em Santarém, em 1955.
Reside e trabalha em Carvalhal / Bombarral.
1982 Licenciatura em A.P. / Pintura, E.S.B.A.L., Lisboa.
Exposições colectivas desde 1978, tendo sido representado em exposições nacionais e internacionais pela galeria Quadrum, pela galeria Gilde e por Módulo - Centro Difusor de Arte, destacando-se ultimamente:
2011/12 “desde O Finito” exposição comissariada por João Miguel Fernandes Jorge, Fundação Carmona e Costa, Lisboa;
2010 “Processo e Tranfiguração” exposição comissariada por João Miguel Fernandes Jorge, Casa da Cerca, Almada;
2009 “A Experiência da Forma” exposição comisssariada por Francisco Clode Sousa, Centro das Artes – Casa das Mudas, Calheta, ilha da Madeira;
2008 “Feitorias” exposição comissariada João Miguel Fernandes Jorge, Museu de Arte Contemporânea do Funchal, Funchal, ilha da Madeira;
2002 “ A Arte Contemporânea nas Caldas” Museu António Duarte, Caldas da Rainha;
2001 “Confessions/Confissões” Baerum Kunstforening (Sandvika), Baerum, Noroega.
Exposições Individuais:
Em 1988 tem lugar a primeira exposição individual na Sociedade Nacional das Belas Artes, em Lisboa.
Continuou expondo na galeria Quadrum em Lisboa; na Exhibit / Capricorn Art em Berlim; na galeria Gilde em Guimarães e Lisboa; na Galeria Terreiro das Gralhas e no Centro de Artes em Caldas da Rainha; na Módulo - Centro Difusor de Arte, Lisboa e Porto; na Galeria Porta 33, Funchal, Madeira; em 2010, mostrando os trabalhos patentes no livro “Mãe-do-Fogo” (em coautoria com J.M.F.J.), na galeria Monumental em Lisboa; em 2011 “Ad Patres” e “Montes- Testemunhos”, respectivamente no Museu de Évora e na sede do Grupo Pró-èvora, em Évora.
Presente em várias colecções privadas e públicas.