Lina González-Granados é uma maestrina colombiana elogiada pela sua “atenção às cores orquestrais” e pela sua “direção de enorme clareza e assertividade”.
Fundadora e diretora artística do Unitas Ensemble, uma orquestra de câmara dedicada à divulgação e interpretação de obras de compositores latino-americanos, conquistou um lugar de destaque no circuito internacional.
À frente da Orquestra Gulbenkian, e na companhia da meio-soprano Maria Luisa de Freitas e do violinista Cristian Grajner de Sá, um reconhecido jovem talento do violino, a maestrina dirigirá uma das peças mais encantadoras de Camille Saint-Saëns, Introdução e Rondó Caprichoso, seguida de obras favoritas de Manuel Falla e de Maurice Ravel.
PROGRAMA
Orquestra Gulbenkian
Lina González-Granados Maestrina
Maria Luísa de Freitas Meio-Soprano
Cristian Grajner de Sa Violino
Maurice Ravel
Tombeux de Couperin
Camille Saint-Saëns
Introdução e Rondó Caprichoso para Violino e Orquestra, em Lá menor, op. 28
Manuel de Falla
El Amor Brujo
Maurice Ravel
Tzigane - Rapsódia de Concerto para Violino e Orquestra
Orquestra Gulbenkian © Gulbenkian Música - Márcia Lessa
Lina González-Granados © DR
Maria Luísa de Freitas © Rodrigo de Sousa
Cristian Grajner de Sa © DR
Lina González-Granados
Maestrina
Lina Gonzalez-Granados tem vindo a distinguir-se internacionalmente como uma jovem maestrina de grande talento nos domínios sinfónico e da ópera. As suas inspiradas interpretações do repertório orquestral, bem como o seu especial empenho na divulgação de obras de compositores latino-americanos valeram-lhe o reconhecimento internacional, Venceu o Quarto Concurso Internacional de Direção de Orquestra Sir Georg Solti da Orquestra Sinfónica de Chicago, e tornou-se a nova Solti Conducting Apprentice, sob a orientação do maestro Riccardo Muti. Entretanto foi Maestrina Associada da Orquestra de Filadélfia e da Sinfónica de Seattle.
A presente temporada inclui regressos à Filarmónica da Nova Iorque e à Filarmónica de Rochester, bem como estreias com a National Symphony (Washington DC), a Sinfónica de Ann Arbor, a Orquestra Gulbenkian, a Orquestra Nacional de Espanha, a Sinfónica de Barcelona, a Sinfónica de Nuremberga, a Filarmónica Arturo Toscanini, a Sinfónica de Kristiansand, a Tapiola Sinfonietta, a Sinfónica Nacional da Rádio Polaca, a Orquestra do Principado das Astúrias, a Sinfónica de Castela e Leão e a Sinfónica de Tenerife.
Lina Gonzalez-Granados é um elemento ativo no domínio da criação e inclusão no repertório de novas obras orquestrais e de música de câmara, nomeadamente de compositores latino-americanos. É diretora artística do Unitas Ensemble, uma Orquestra de câmara que fundou. Pelo seu trabalho com este agrupamento recebeu numerosos prémios comunitários, mais recentemente um Prémio Spark da cidade de Boston. Com o Unitas Ensemble e com o Cuarteto Latinoamericano gravou o álbum Estaciones.
Lina Gonzalez-Granados nasceu e cresceu em Cali, na Colômbia. Estreou-se como maestrina em 2008, com a Youth Orchestra of Bellas Artes, em Cali. Concluiu estudos superiores de Direção de Orquestra com Charles Peltz, de Direção Coral no New England Conservatory, com Erica Washburn, e concluiu um Doutoramento em Direção de Orquestra na Universidade de Boston.
Maria Luisa De Freitas
Meio-Soprano
Maria Luisa de Freitas nasceu em Luanda. Iniciou os seus estudos musicais no Conservatório Nacional de Lisboa com José Carlos Xavier. Recebeu vários prémios em Portugal e no estrangeiro.
Estreou-se em espetáculos de ópera no Teatro Nacional de São Carlos de Lisboa, nomeadamente em Sancta Susanna de Hindemith, dirigida por Marko Letonja. Interpretou pela primeira vez o papel de Carmen no Coliseu do Porto, também sob a direção de Marko Letonja. Desde então, participou em diversas óperas, concertos e recitais em Portugal e no estrangeiro, com destaque para os papéis de Maddalena (Rigoletto de Verdi), Olga (Evgeni Onegin de Tchaikovsky), Miss Baggott (Let’s Make an Opera de Britten); Zita (Gianni Schicchi de Puccini); La Baronessa (Cappello di Paglia di Firenze de Nino Rota); Segunda Norna (O Crepúsculo dos Deuses de Wagner); La Cieca (La Gioconda de Ponchielli); Marcellina (As bodas de Figaro de Mozart); Baba a Turca (The Rake’s Progress de Stravinsky); Madre Marie de L'Incarnation (Dialogues des Carmélites de Poulenc); Fenena (Nabucco de Verdi); Lucretia (The Rape of Lucretia de Britten), Jezibaba (Rusalka de Dvořák), La Frugola (Il Tabarro de Puccini), entre outros.
Maria Luisa de Freitas trabalhou com maestros como Marko Letonja, Marc Tardeu, Johannes Stert, Julia Jones, João Paulo Santos, Michail Jurowski, Massimiliano Damerini, Osvaldo Ferreira, José Cura, Martin André, Gregor Buhl, Cesar Viana, Sébastien Rouland, François-Xavier Roth, Yaniv Dinur, Lawrence Foster, Pedro Neves, Nuno Côrte-Real, Nicholas Kraemer, Antonio Pirolli, Joana Carneiro, Leonardo García Alarcón, Renato Palumbo e Graeme Jenkins. Cantou recentemente, no Teatro Nacional de São Carlos, a Rapsódia para Contralto e Coro de Johannes Brahms, com direção musical de Antonio Pirolli.
Cristian Grajner de Sa
Violino
Cristian Grajner de Sa é um violinista conhecido do público britânico, tendo-se já afirmado como jovem talento. Aos 24 anos de idade estreou-se em recital no Concertgebouw de Amesterdão, tendo sido muito elogiado pela crítica. Em novembro de 2021 toca pela primeira vez com a Orquestra Gulbenkian. Entretanto, apresentou-se em importantes palcos europeus como o Mozarteum de Salzburgo, o Atheneum de Bucareste, o Wigmore Hall e St. Martins-in-the-Fields, em Londres, o Festival de Cheltenham, a Salle Paderewski de Lausanne e o Bedford Corn Exchange. As suas atuações são transmitidas regularmente pela radio e televisão, incluindo BBC Television, Scala Radio FM, TVR (Roménia), TRT3 (Turquia), The Violin Channel e BBC Radio 3. Em junho de 2020, foram lançadas gravações ao vivo pela etiqueta Ulysses Arts, na Apple Music, na Deezer e no Spotify.
Em 2019, Cristian Grajner de Sa recebeu a “Medalha de Ouro com Distinção” no Concurso Internacional de Viena. Anteriormente, foi Primeiro Prémio no Concurso Internacional de Violino “Groba”, em Espanha. Foi finalista no concurso BBC Young Musician e um dos sete semifinalistas do Concurso Georges Enescu, em 2018.
Depois de se diplomar com distinção pela Royal Academy of Music, em 2017, recebeu o prestigioso J & A Beare Prize, atribuído ao mais excecional violinista da Academia. Foi em seguida convidado pela instituição para tocar com o seu mentor regular em Londres, Maxim Vengerov, num concerto preenchido com obras de câmara de Brahms, para celebrar o concerto final de Vengerov como Menuhin Professor of Music.
Cristian Grajner de Sa nasceu em dezembro de 1994, de ascendência italiana e portuguesa. Foi-lhe atribuída uma Leverhulme Scholarship da Royal Academy of Music aos treze anos de idade e iniciou os seus estudos com Maurice Hasson, lendário violinista francês que exerceu importante influência artística e com o qual mantém contacto próximo. Cristian trabalhou também com Tasmin Little. Concluiu a sua Formação na Universidade Mozarteum, em Salzburgo, na classe de Pierre Amoyal. Recebeu aconselhamentos e trabalhou com muitos outros artistas e pedagogos como Pinchas Zukerman, Silvia Marcovici, Menahem Pressler, Sylvia Rosenberg, Vadim Repin, James Ehnes, Rodney Friend ou Ralph Kirshbaum.
Orquestra Gulbenkian
Em 1962 a Fundação Calouste Gulbenkian decidiu estabelecer um agrupamento orquestral permanente. No início constituído apenas por doze elementos, foi originalmente designado por Orquestra de Câmara Gulbenkian. Ao longo de mais de cinquenta anos de atividade, a Orquestra Gulbenkian (denominação adotada desde 1971) foi sendo progressivamente alargada, contando hoje com um efetivo de sessenta instrumentistas que pode ser pontualmente expandido de acordo com as exigências de cada programa de concerto.
Esta constituição permite à Orquestra Gulbenkian interpretar um amplo repertório que se estende do Barroco até à música contemporânea. Obras pertencentes ao repertório corrente das grandes formações sinfónicas tradicionais, nomeadamente a produção orquestral de Haydn, Mozart, Beethoven, Schubert, Mendelssohn ou Schumann, podem ser dadas pela Orquestra Gulbenkian em versões mais próximas dos efetivos orquestrais para que foram originalmente concebidas, no que respeita ao equilíbrio da respetiva arquitetura sonora.
Em cada temporada, a Orquestra Gulbenkian realiza uma série regular de concertos no Grande Auditório Gulbenkian, em Lisboa, em cujo âmbito tem tido ocasião de colaborar com alguns dos maiores nomes do mundo da música, nomeadamente maestros e solistas. Atua também com regularidade noutros palcos em diversas localidades do país, cumprindo desta forma uma significativa função descentralizadora. No plano internacional, por sua vez, a Orquestra Gulbenkian foi ampliando gradualmente a sua atividade, tendo até agora efetuado digressões na Europa, na Ásia, em África e nas Américas.
No plano discográfico, o nome da Orquestra Gulbenkian encontra-se associado às editoras Philips, Deutsche Grammophon, Hyperion, Teldec, Erato, Adès, Nimbus, Lyrinx, Naïve e Pentatone, entre outras, tendo esta sua atividade sido distinguida, desde muito cedo, com diversos prémios internacionais de grande prestígio.
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