O Impulso está de volta mas agora é outro: 24 concertos em 12 meses; dois concertos por noite, uma noite por mês, de Junho de 2021 a Maio de 2022, no Centro Cultural e de Congressos das Caldas da Rainha.
Nuno Rodrigues, Rafael Ferreira e Rui Fiusa tinham 16 anos quando começaram. Não havia nada melhor para fazer em Barcelos. Sem vocação para a cerâmica, herdaram o espírito da famosa “cena de Barcelos”, uma narrativa que tem o Milhões de Festa como epicentro e a boa vizinhança como política criativa na altura de arranjar sítios para ensaiar e instrumentos emprestados para começar a tocar.
Depois de 3 álbuns – Building Waves (2011), Leeches (2013) e Heat (2015) – os Glockenwise regressaram aos discos em finais de 2018 com a irreverência que já lhes conhecíamos, mas agora com uma dose extra de sofisticação e maturidade. PLÁSTICO foi o álbum que marcou uma nova fase na sua carreira, pela primeira vez em língua portuguesa, que com um ritmo frenético desconstrói a vida e a rotina quotidianas - melhor disco do ano para o Jornal Público e para a Antena 3.
Co-fundador de marcos da recente música nacional, como é o caso dos Lulu Blind ou Dead Combo, e membro da fase final dos Santa Maria Gasolina em Teu Ventre, Tó Trips lançou em 2009 o seu primeiro álbum a solo, ‘Guitarra 66’, pela Mbari, efusivamente recebido pela crítica. Lindo registo de música crua, aberta, generosa, de espírito nomádico, encaixa as pistas e materializações que Trips dava já nos Dead Combo. O meta-fado de Paredes, a música de fantasminhas da boémia lisboeta, a tradição cubana como vista por Marc Ribot, o lado mais lírico do western spaghetti de Ennio Morricone ou o encontro ibero-árabe do flamenco, deixando-nos com uma linguagem que entretece todos estes vocabulários e o torna uma língua sua, real como só os verdadeiramente bons e honestos o conseguem ser. Guitarrista do melancólico e do luminoso, transforma em som um homem que é profundamente português, fascinado pelas viagens - reais, internas, imaginárias e impossíveis. Regressou com o novo disco “Guitarra Makaka – Danças a um Deus Desconhecido”. E mais uma vez não se deixa Tó prender a fórmulas, não obstante possuir, à guitarra, um estilo particularmente distinto. Isto é, o aparecimento de um novo disco a solo seu deve-se, antes de mais, à necessidade de documentar o desenvolvimento e exploração de uma nova linguagem.