Luca Argel - BANDEIRA

BANDEIRA

 

Em formato simples e mais adequado a espaços com atmosfera intimista, o concerto de Bandeira envolve o espectador em canções que exploram as possibilidades mais líricas e poéticas do samba, através da voz suave de Luca Argel.
Acompanhado apenas de guitarra, o repertório consiste majoritariamente em temas originais do disco, bem como algumas versões de grandes compositores brasileiros, como Noel Rosa e Gilberto Gil, e até versões de temas de autores portugueses, como José Mario Branco e Sérgio Godinho.
 

Luca Argel (Rio de Janeiro, 1988), é formado em música pela UNIRIO e mestre em Literatura pela Universidade do Porto. Mora desde 2012 no Porto, onde trabalha como vocalista do grupo “Samba Sem Fronteiras”, além de escrever trilhas sonoras para espetáculos e filmes. Tem 4 livros de poesia publicados no Brasil, um deles traduzido em Espanha, e mais dois a sair este ano, em Portugal. Em 2016 lançou seu primeiro disco solo, "tipos que tendem para o silêncio", e em 2017 o segundo, "Bandeira".

BANDEIRA  [Luca Argel, 2017]

Como o poeta de mesmo nome, Bandeira, segundo disco do cantautor brasileiro Luca Argel, tem a simplicidade como virtude maior. Mas esta simplicidade não se confunde com facilidade. Antes, trata-se da falsa simplicidade do samba, gênero que dá o norte para todas as dez canções do disco, cujo trabalho atencioso faz tributo à ourivesaria dos seus compositores mais brilhantes: Noel, Nelson, Paulinho. Por trás da voz principal, outras camadas de voz; por trás da rouquidão da guitarra, uma miríade de histórias por contar – desde um mapa das menores ruelas de um bairro de subúrbio, até catálogos de personagens em galáxias distantes, não há fronteira que o samba não transponha pelas mãos do compositor. O gênero, apesar da tradição que acaba de completar 100 anos, só sobreviveu tanto tempo porque sempre soube se reinventar, não sendo apenas raiz, mas também seus galhos e frutos. Bandeira é um disco que mantém o samba em movimento, e cresce na mesma direção da árvore.