Há um oceano imenso e cento e trinta anos de História que nos separam da Nona Sinfonia de Antonín Dvořák. A travessia foi feita pelo compositor desde Praga até Nova Iorque em 1892, quando contava 51 anos de idade e já conquistara um estatuto de enorme prestígio. Ali encontrou uma realidade onde tudo parecia ter dimensões bastante mais imponentes. A inspiração bucólica das paisagens rurais da Boémia deram lugar a um fascínio rejuvenescedor diante das culturas dos negros e dos índios americanos. Nasceu então a célebre Sinfonia Do Novo Mundo. Hoje as distâncias parecem ter-se encurtado muito. Mas não é somente por essa razão que esta obra se tornou tão familiar. Plena de entusiasmo pela pujança das sociedades norte-americanas da época, não abdica de referências ao passado europeu. Desperta para uma nova forma de estar, não esquece a tradição centenária de onde provém. Neste programa divide palco com a estreia do primeiro concerto para piano de João Vasco, uma composição que já em 2020 vislumbrava este nosso «novo mundo», a partir do primeiro confinamento.