Deixando de lado quaisquer narrativas sobre a evolução dos estilos musicais, este programa oferece-nos a oportunidade de experimentar uma sensação de vertigem bastante invulgar. Juntar Philippe Hurel a Mozart e a Haydn obriga-nos exercitar a dois tipos de atenção radicalmente distintos. Mas também sabemos que a confrontação das diferenças esclarece aspetos que passam muitas vezes despercebidos. Pour l’image data de 1985-1986. Está escrita para 14 instrumentos e tem uma duração aproximada de 12 minutos em que vagas sonoras inexoráveis se transformam sem pressas, sem melodias nem acompanhamentos, ora cristalinas ora difusas. Antes e depois, duas sinfonias do período clássico. A Sinfonia N.º 31 de Mozart foi composta na cidade de Paris em 1778, quando o jovem músico austríaco procurava abrir novos mundos à sua carreira de compositor. Mais bem sucedido, Haydn era generosamente acolhido pelo público inglês no final da sua carreira. A Sinfonia N.º 102 data de 1794 e mereceria maior destaque entre as célebres «Sinfonias de Londres». Nela irradia uma deslumbrante inventividade rítmica e melódica.
Pour l’image
Orquestra Metropolitana de Lisboa
W.A. Mozart Sinfonia N.31, Paris
Philippe Hurel Pour l’image (estreia em Portugal)
J.Haydn Sinfonia N.º 102
Pedro Amaral maestro